terça-feira, 5 de junho de 2007

O Fim de Toda Vida

Alguém,ao menos uma vez ao decorrer de sua vida,já teve o privilégio de ler algum livro de Dostoiévski.
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FIÓDOR DOSTOIÉVSKI nasceu em 1821 na cidade de Moscou. Estreou na literatura em 1846 com Gente pobre, após abandonar o ofício de engenheiro numa repartição. Em suas obras, motivou uma ruptura com as formas clássicas da expressão literária. Produto complexo de sua época, elevou a dúvida à condição de categoria estética – traço que condiciona a forma hesitante de seus personagens e de seu discurso. Contraditório, ora progressista ora reacionário, o escritor marcou profundamente seus textos com traumas biográficos: a morte da mãe, vítima de tuberculose; o assassinato brutal do pai, morto por seus próprios camponeses e o cárcere na Sibéria, quando foi condenado por questões políticas.

NOITES BRANCAS (1848) é a última novela que Dostoiévski escreveu antes de ser condenado à prisão. Durante uma das maravilhosas "noites brancas" do verão de São Petersburgo, em que o sol praticamente não se põe, dois jovens encontram-se numa ponte sobre o rio Nievá, dando início a uma história carregada de fantasia e lirismo.

CRIME E CASTIGO (1866), a obra mais célebre do escritor, inaugura a fase dos grandes romances. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História.

Em O IDIOTA (1868), Dostoiévski constrói uma das personagens mais impressionantes de sua galeria, o humanista e epiléptico príncipe Míchkin, cuja compaixão sem limites vai se chocar com o desregramento mundano e a beleza enlouquecedora de Nastácia Filíppovna. Segundo o filósofo Walter Benjamin, “Da mesma forma que Dostoiévski, como pensador político, coloca sempre sua última esperança na regeneração no seio da pura comunidade popular, o romancista de O idiota vê na criança o único aceno para os jovens de seu país. É o que esse livro – cujas figuras mais puras são as naturezas infantis de Kolia e do príncipe – afirma, mesmo se Dostoiévski não tivesse desenvolvido nos Irmãos Karamazov, é o infinito poder de salvação da vida infantil”.

Motivado por um episódio verídico – o assassinato do estudante I. I. Ivanov por um grupo niilista russo em 1869 – OS DEMÔNIOS (1872) foi concebido, num primeiro momento, como obra de protesto, polêmica e panfletária. No entanto, o que se sobressai nessa ficção política é a personalidade de Stravogin, ateu revolucionário que prega o suicídio.

Finalmente, em A DÓCIL (1876), inspirada numa notícia de jornal, um comerciante vela o cadáver da mulher suicida e, por meio de um monólogo febril, busca compreender, através de lembranças, aflições, culpa e acusações, os motivos que supostamente a levaram à morte.
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Eu particularmente adoro Dostoiéviski.Suas mensagens de dor,depressão,frieza,alegria explosiva,culpa e expiação,por incrível que pareça,combinam com minha vida recente.
São tantas sensações,dores,decepções e amarguras que me sinto só neste mundo bizarro e frio.
Sim,dezenas de milhões de pessoas se sentem do mesmo modo que eu,mas cada um tem sua dor.
A dor de ser abandonado,a dor da perda, a dor da morte em vida,a dor da desonra...
Na verdade,a dor da desonra ainda recai sobre mim.
Vcs não compreendem o que é ser desonrado.
É como se vc fosse violado até o seu limite,deixado para tras em profunda e amarga dor.
Sinto que estou ruindo aos poucos.Os pilares que me sustentam não aguentam mais tanto peso.
Estou ruindo...
E a queda é sempre a melhor parte...
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Se cuidem todos,se é que há alguem...

Um comentário:

Emanuel Cantanhêde disse...

Dostoiévski é o cara, hehehehe!